6.3.20

Orgulho



Seguinte, é íntimo, mas vou contar.

Hoje é aniversário do filho de uma prima minha. Eles são do interior do estado. Eu tinha muito contato com minha tia e primos na infância, passava as férias no interior com minha mãe na casa em que hoje vive a minha tia, mas já foi do meu avô e minha vó, depois ficou só com a minha vó quando eles se separaram.

Enfim, tem um monte de briga na família por causa dessa casa. Um monte de bobeira, eu acho. Afinal de contas, hoje a casa está bem degradada, deve valer nem metade do que poderia valer, acho que o terreno vale mais que a casa. Mas, o importante mesmo para mim é que meu avô ajudou a construir as paredes, ele trabalhou mesmo ali para construir aquilo, minha mãe e minha tia viveram a infância ali, com mais um monte de “irmãos”, porque meus avôs vivendo fazendo adoções a brasileira, o famoso pega para criar.

No entanto, importante mesmo é o que eu estava falando anteriormente, hoje é aniversário do filho da minha prima. Eu não sabia que era aniversário dele, o menino está fazendo cinco anos. Estava me preparando para ir na casa da minha tia, porque um outro primo meu, que hoje vive em Curitiba, está passando uns dias lá.

Enfim, acordei, minha tia já tinha me mandado uma mensagem perguntando se não iria ver o Léo - meu primo de Curitiba -, disse que ia sim, estava até já me arrumando para ir.

E ela me contou esse papo de hoje ser o aniversário do Rômulo - meu primo de segundo grau - e que  teria um bolinho a noite e outros primos meus estariam lá. Pensei comigo: - Ótimo! Excelente oportunidade para ir ver meus outros primos, vou contar para minha irmã.

Contei para minha irmã.

Meu coração que estava em extrema felicidade se entristeceu muito. Nossa, como eu sou diferente da minha irmã, meu Deus.

Parece que estraguei o dia dela. Ela entendeu que não tinha sido convidada e por isso não iria. Já que as pessoas não ligaram diretamente para ela para convidar e mesmo que tivessem ligado: - Assim em cima da hora? Eu não iria.

Não vou mentir, por um lado, eu entendo. Mas acho que tudo poderia ser mais simples.

Nossa mãe de Deus, a última vez que estive com a minha tia foi ano passado. Hoje ela é a única ligação que tenho com a minha mãe, com a minha mãe jovem, com a minha mãe criança - ah, esqueci de dizer isso, minha mãe faleceu faz 5 anos - afinal, eu não conheci minha mãe nessa idade e minha tia conta várias histórias.

Acho que não depende mais se chegou um convite pelo correio, por e-mail, ou por WhatsApp. Não depende se é aqui ou lá em Maricá. Não depende se é esse ano, ou ano que vem.

O que depende é que sua família vai estar lá. Tem ideia de que isso quase nunca acontece? Tem noção que se você não for lá hoje, provavelmente isso só vai acontecer de novo em uns 2 ou 3 anos.

Será que esse orgulho, amor próprio, ou qualquer coisa desse tipo não seria meio louco? Não seria desnecessário.

Enfim, parece mais um problema igual a casa para mim. Não importa, é bobo e desnecessário.