22.8.08

Imagine que...



Bom, estou lendo um livro de Artur da Távola... e nele está escrito que: "crônica é o modo contemporâneo de filosofar"( algumas vezes é só para fazer estórias engraçadas mesmo). 

Porém, já que é assim, preparem-se para filosofia de boteco.Estava aqui pensando e imaginando sobre o que escrever. E imaginando, decidi falar sobre a imaginação. Esse é um assunto que não sei se por destino ou qualquer outro motivo tenho ouvido muito falar. As pessoas falando sobre como precisamos de soluções criativas na pós-modernidade, como humorista é criativo, músicos e escritores. Mas, na verdade, acho que todos são criativos, só que temos sido tolhidos na imaginação, que, talvez, seja o maior vetor da criação, e, portanto da criatividade.  
Realmente é engraçado como limitaram nossa imaginação.

Talvez você me pergunte: - É?Limitaram?Quem foi o safado que fez isso? E vou ter que te falar:- É limitaram e a grande culpada são as imagens. Uhum, sim, as imagens tornaram nossa imaginação limitada. É até engraçado, ? Saca o trocadilho? Imagens e imaginação? Pegou - é só a palavra ter o mesmo radical e serem derivadas uma da outra, não tem nada além, precisa ficar pensando muito não -. 

É, sim, foram elas. Essas safadas que tiraram de nós o esforço de imagina-lás. Um pequeno exemplo já antigo, pense comigo: - Sabe quando você lê um livro de um menino bruxo, que estuda em um colégio louco de bruxos? É difícil de imaginar, além disso dá trabalho ler,  en...tão você aluga o filme do tal menino bruxo - sim, esse texto é velho. Ninguém mais aluga nada -. Fica tudo mais fácil quando você o filme, as imagens já estão lá e não deixam mais você viajar nas linhas do livro. Fica tudo montado, tem a música para direcionar qual emoção você deve sentir - obrigado por existir Hans Zimmer - tem a imagem, tem a fala do personagem, tem a fotografia, tem o mover da câmera, simplesmente não tem mais espaço para você criar nada ali. 

Isso retira de nós a capacidade de imaginar, de viajar. Não lembro agora quem foi que disse, mas existe um aforisma que diz: Ler é a forma de viajar de quem não pegar um navio.  Transforma você em uma pessoa sem imaginação, sem capacidade de criar, sem criatividade.

A experiência de ler o livro depois é assim:-Ahhhh, já sei, é essa aquela parte do filme. Nessa hora que ele aparece com a varinha mágica e mata a cobra, entendi. 

E aí, meu amigo, já era acabou a liberdade da sua imaginação, as asas foram embora.

Cinema, televisão, até o youtube é tudo tão legal,?Legal que nada são um monte de safados querendo tirar sua imaginação rapaz. Eles não te dão espaço para nada. É uma experiência passiva, só recebe, não cria. 

E você vai me dizer: - Ahh, então você não vê nada, sua casa só tem livro? 
E terei que responder: - Lógico que não, adoro cinema. Mas entendo que se existe um livro sobre aquilo a melhor experiência seria ler, porque na leitura eu tenho voz, eu participo junto com o escritor. 

 - Sim, sim, no cinema você também vai refletir, mas o que estou dizendo é que você não vai criar. Entenda , cada coisa tem seu lugar. Mas não deixe de lado o trabalhar da sua mente. Não deixe sua mente sem criar. 

O pior é que em um mundo que não temos tempo para mais nada não ter imaginação torna-se até bom, já que não temos tempo para viajar nas entrelinhas dos livros, porque não ver um filme que dá a sensação de estarmos lá e fugir um pouco dessa loucura na qual vivemos.

No entanto, tem uma forma de imaginação que não existe imagem que possa roubar. Temos só uma opção de imaginação e essa opção é muito boa. Caso não seja a melhor delas, porque normalmente nelas você é o autor e o ator principal. 

É imaginar e só imaginar o que não vivemos, sabe aquele momento que parecia que ia acontecer, porém não aconteceu.

Uhum, aquele momento que parecia que ia dar em beijo e não deu. 

Aquela madrugada que você voltava da casa do seu amigo, naquela rua escura esperava o assaltante planejava  os golpes e não apareceu nenhum assaltante. 

Aquela pessoa que você conheceu em uma roda de amigos e com certeza pensou que seria um grande amigo seu e não foi.

 Aquela discussão com o professor de física na qual você provaria que todas as teorias de Isaac estavam erradas e você não teve coragem.

É, não tenha dúvida, todas essas imagens são baseadas em frustrações, sejam grandes frustrações, sejam pequenas, que vão desde daquela pessoa que você pensou em ajudar até aquele beijo que você ia dar.

Mas, não fique triste, talvez não ter acontecido foi melhor, porque você pode imaginar de todas as formas que poderiam ser.

É essa nossa única escapatória para continuar existindo a imaginação.  
Espero que não imaginem uma forma de acabar com essa. 


O pior é que em um mundo que não temos tempo para mais nada( e isso é verdade tanto que estou escrevendo às 2:06 da madrugada)não ter imaginação torna-se até bom, já que não temos tempo para viajar nas entrelinhas dos livros, porque não ver um filme que dá a sensação de estarmos lá e fugir um pouco dessa loucura na qual vivemos.

Todavia, temos só uma opção de imaginação e essa opção é muito boa, caso não seja a melhor delas,é imaginar e só imaginar o que não vivemos, sabe aquele momento que parecia que ia acontecer...porém não aconteceu.Uhum , aquele momento que parecia que ia dar em beijo e não deu, aquela madrugada que você voltava da casa do seu amigo naquela rua escura esperava o assaltante planejava os golpes e não apareceu nenhum assaltante, aquela pessoa que você conheceu em uma roda de amigos e com certeza pensou que seria um grande amigo seu e não foi,ou quem sabe até aquela discussão com o professor de física na qual você provaria que todas as teorias de Isaac estavam erradas e você não teve coragem...é tantas frustações, que vão desde daquela pessoa que você pensou em ajudar até aquele beijo que você ia dar .Mas não fique triste, talvez não ter acontecido foi melhor, porque você pode imaginar de todas as formas que poderiam ser agora.

É essa nossa única escapatória para continuar existindo a imaginação...agora imagine como vamos acabar com esse modo de imaginar.